Devido à natureza do que se tem por comum em relacionamentos amorosos, muitas dúvidas estão presentes nas mentes daqueles em busca da evolução espiritual, justamente por essa aparentemente não se encaixar em tais relacionamentos. A premissa básica para esse entendimento em primeira instância se dá pelo fato de uma preferência se apresentar no padrão amoroso de cada pessoa, o que, para todos os meios, soa antagônico ao amor incondicional.
Esse erro de entendimento se dá principalmente pela maneira como se encara o relacionamento amoroso. Ao criar limitações para as emoções sentidas, experenciadas e compartilhadas, aquilo que poderia se tornar uma experiência agradável e que ajudaria de alguma forma o aprimoramento pessoal de cada um, acaba não sendo proveitoso, mas totalmente conflitante.
Todavia é preciso entender a natureza primeva dos relacionamentos amorosos para que se possa chegar a um melhor proveito.
A maioria dos relacionamentos modernos começa sobre a base da paixão. Nem sempre foi assim, mas devido as inconstâncias comportamentais implantadas pelo sistema, o carinho baseado em escolha foi aos poucos minguando e agora as pessoas se baseam em padrões químicos para atestar o carinho ou ódio por determinado indivíduo.
A paixão nada mais é que dependência química. E como tal, quando sofremos o corte no fornecimento desta droga natural, tendemos a sofrer de maneira intensa e desvairada. Ela, a paixão, não é escolha. É algo que acontece independente da vontade da pessoa. E como qualquer dependência química, causa estragos tremendos no comportamento individual. Vemos isso em forma de depressão, crimes passionais ou suicídios em nome deste falso amor. A paixão quando contrariada vira ódio.
Por ser algo volátil e que cedo ou tarde vai perder o efeito, relacionamentos baseados na paixão, na atração química e sexual, tendem a não durar. É o que vemos nos dias atuais. São poucos os casais que são formados e que duram por um tempo considerável. Como dissemos, tal premissa da não escolha dos sentimentos é algo implantado pela Matriz e sua estrutura de mudança comportamental. E como uma programação, pode ser desprogramada.
Mas a paixão é algo natural, sempre existiu e vai existir por muito tempo no comportamento humano. Não é algo condenável, ao contrário, é prazeroso e deve ser aproveitado enquanto presente. Todavia, o que difere um relacionamento de sucesso de algo descartável é a escolha por fazê-lo. A paixão não é amor, assim sendo, tem vida curta. Todavia, sua presença não exclui a oportunidade de amar.
Os relacionamentos modernos não estão baseados em escolhas, e sim em impulsos, e eis o principal fundamento de sua pouca duração e total frivolidade. A paixão não deve ser o único meio para manter um relacionamento ativo. Somente o amor como escolha pode manter um relacionamento saudável e duradouro. A paixão é química, o amor é escolha.
Evoluindo e Amando
A evolução espiritual não pode ser pavimentada com desiluções e sofrimentos. E a paixão, quando base única de um relacionamento, cria tais sentimentos, já que atua como um fator de exclusão, dando preferência afetiva a determinada pessoa, evitando assim o surgimento do amor incondicional. Deste modo, os relacionamentos devem ser regados com paixão, mas com raízes no amor. Qualquer tentativa sem esta base acabará em dor, sofrimento e discórdia.
Assim sendo, o casal precisa estar consciente de suas emoções e principalmente de suas escolhas. Quando a paixão está presente, é o momento mais adequado para a escolha do amor. A paixão é cega e portanto acaba não enxergando os defeitos e, por ventura, não tendo a oportunidade de avaliá-los, aceitá-los e amá-los. Quando todavia, amor e paixão caminham de mãos dadas, os defeitos acabam tornando-se visíveis e mais sujeitos à aceitação. É neste momento que nasce a verdadeira conexão entre o casal. Esta tende a durar por toda a vida física.
Paixão é ego, amor é espírito. Paixão é prisão, amor é liberdade. Paixão é animalidade, amor é transcendência. Paixão mata, amor cura.
Numa relação amorosa em que há o equilíbrio entre a paixão e o amor, a evolução espiritual não perde a sua intensidade e nem estanca num ponto sem sequência. Na verdade, ganha novos horizontes e pode auxiliar o desenvolvimento pessoal. Tal relacionamento não é utópico. A limitação é imposta pela pessoa, não pela natureza da relação.
É raro haver sincronia inconsciente e involuntária entre o casal, mas acontece. Todavia, a harmonia também é uma escolha. E neste processo de evolução espirital, isso é indispensável para que ambos não fiquem estancados. Portanto, alimentar relacionamentos que não acrescentam nada à sua vida é mais do que contraproducente para você, querido leitor, é suicídio evolucionário. Isso é um impedimento para que você dê um passo adiante em sua evolução. Eis então a necessidade de amar, estar além da paixão.
Almas Gêmeas
As almas gêmeas tendem a ser consideradas apenas de cunho sexual/afetivo, mas na verdade trata-se de algo mais ilimitado e verdadeiro. Encontramos também almas gêmeas na relação entre mãe e filho, entre irmãos e amigos, não apenas em relacionamentos amorosos. Nestes últimos, quando há o encontro entre almas gêmeas, por sua sincronia perfeita, a escolha consciente acaba não sendo necessária, pois a conexão já está presente a nível celular.
Numa visão mais ampliada, são pouquíssimos os casos em que os espíritos acabam se encontrando na experiência física. Não são espíritos realmente gêmeos, mas com tanta afinidade, que acabam se atraindo automaticamente devido às suas vibrações. Quando tal encontro se dá na 3D, a sensação de encontrar um velho amigo é formidável.
De certa forma, muitas pessoas tendem a encarar uma alma gêmea como complemento, como o preenchimento de um vazio interior. Mas não é exatamente assim. Nós somos auto-suficientes em última instância. Apenas quando não há o despertar perfeito é que o vazio continua presente. A alma gêmea, como fonte de vibração similar, causa essa ilusão de preenchimento. Todavia, isso deve ser entendido, do contrário haverá um freio em sua evolução por essa premissa equivocada.
É importante não estar obcecado pela busca por sua alma gêmea. Se ambos estiverem na mesma vibração, inevitavelmente irão se encontrar, do contrário, a distância pode ser positiva para evitar conflitos de frequências. O que você deve fazer é evoluir, mais nada. Qualquer outra procura é desperdício de tempo e energia. É preciso confiar na sincronicidade.
Em suma, os relacionamentos amorosos não devem mais ser tão limitados e tão dependentes do sentimento químico. Isso é infantilidade existencial. A maturidade é fazer as escolhas baseadas no coração, no transcendente, e não nos vícios bioquímicos de nossos veículos físicos. Ame, apaixone-se com moderação e seja feliz. Tudo é uma escolha. Faça a sua!
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