8 de fevereiro de 2011

Relacionamentos superficiais nos dias de hoje

Créditos do blog Libertando Sempre

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgDPsGiJIxEeExzuSZzMNPgbXhuxr3b9M_9pz-fKiJ35qnLbUy-T0s9dAJWIB1VjkEvoJRmoVwIO9kXVEq4HKNJ6QvOjJ-98WcAvVg_tIjyip_VsrfZkG9W_F0xiaEZsOpwpOD3Fo8O0fx/s1600/relacionamento1.jpg

É visível nos dias de hoje a superficialidade nos vínculos afetivos. Não se cria laços profundos e acaba-se por não viver experiências afetivas de qualidade, seja com filhos, pais, cônjuge, namorados, amigos. A superficialidade aparece no "ficar" dos adolescentes, pode estar também nos altos índices de divórcio, separações e , talvez, no aumento das relações não oficializadas que existem hoje em dia, como o "morar junto" ou nas várias outras formas de união.

Existe sim uma abertura social, que por um lado é positiva, que favorece a todos nós, oferecendo novas possibilidades nas várias configurações parentais e familiares, nos vínculos afetivos, enfim... Temos portanto maior liberdade para escolher como queremos nos relacionar. Por outro lado, será que não estamos perdendo algo de bom nesta mudança?

Indo mais a fundo, cada um de nós tem motivações, não conscientes, em cada escolha que fazemos a todo momento. E nem sempre escolhemos o que seria o melhor pra nós.
E mais sério ainda, muitas vezes percebemos que nunca somos felizes achando que seria por simples falta de sorte ou carma. No universo profundo de nosso psiquismo, sentimos que queremos um relacionamento profundo e salutar, e mais do que isso, que precisamos disso, é uma necessidade. Entretanto nunca conseguimos um relacionamento como idealizamos, e nos frustramos com isso, perdendo a esperança.

"- Ah! Eu não dou sorte no amor, não adianta... "
No cerne desta questão, pode estar uma atitude auto-sabotadora não consciente que faz com que não criemos vínculos fortes com as pessoas, e acabamos por jogar a culpa nos outros.
Uma forma de narcisismo mesmo, o qual não aceitamos. "Não confio nas pessoas, ninguém é confiável. "Atrás desta atitude, pode existir um medo de "revivenciar" algo de ruim, vivido em algum lugar do nosso passado e, assim, não nos vinculamos para afastar a possibilidade de sentirmos a angústia novamente. Mas por outro lado, pode ser apenas uma forma de nos desviar de possibilidades de vínculos mais fortes.
É como se algo de muito ruim que foi vivenciado anteriormente, ficasse gravado na nossa memória, escondido, e retornaria em situações parecidas, nos fazendo sentir a ansiedade e o medo de reviver aquilo. Assim, sem saber (racionalmente) estamos muitas vezes nos afastando do que queremos realmente, ou seja, um vínculo bom, forte e de qualidade.

Como exemplo, podemos pensar numa pessoa que tenha tido alguma experiência de traição e que agora, como defesa, não se aprofunda no vínculo emocional e afetivo em outro relacionamento, pois está sempre esperando que a traição aconteça novamente. É a ansiedade (defesa da natureza) que sentimos por nos aproximarmos de algum perigo. Ou ainda, a "crença" introjetada na infância de que "casamento não dá certo", por experiências dolorosas vivenciadas ou mesmo testemunhadas do fracasso no relacionamento dos pais.

Frases como: "Casamento é utopia", "Nenhum homem (ou mulher) presta!" ou "casamento é instituição falida", delatam que existem regras, leis, que regem algo de simbólico em nosso subconsciente e consequentemente influenciam nosso modo de pensar e de agir. São as crenças arraigadas em nosso mundo mental, que nos rege em nosso pensar.
Na prática, reclamamos de não ser possível hoje em dia, criar-se um vínculo amoroso bom, amizades fortes que poderiam ter efeitos muito saudáveis pra nós, mas caímos sempre no mesmo lugar (em que nos colocamos ), o de que ninguém é confiável, e por isso nos protegemos atrás do "escudo" da timidez, da ansiedade, da indiferença, da desconfiança e tantas outras. Veja que desta forma, nos colocamos distantes do que queremos.

Todos nós precisamos vivenciar vínculos afetivos de qualidade, vínculos fortes, profundos, e não só precisamos sentir que somos aceitos, mas precisamos também sentir afeto espontâneo pelas outras pessoas que nos cercam. Criar vínculos de qualidade e usufruir de uma vida melhor, estes são os resultados buscados (e conseguidos) no desbloqueio destes padrões psíquicos.

Libertar-se assim destas crenças, que geram em nossa vida um tipo de auto-sabotagem. Entender o que se passa conosco, autoconhecer-se, e localizar onde se situa esse medo, qual o sentido destes bloqueios, (pois cada ser humano é único) é um trabalho árduo e trabalhoso, mas sempre compensador pois traz uma condição melhor na vida afetiva, e muito mais qualidade. Não importa a idade, classe social, o momento de vida que esteja atravessando, sempre é possível e necessário iniciar o processo de mudança.

Autor: Roberto Dantas

0 comentários: