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Com o aparecimento de quatro agroglífos, ou círculos ingleses, como são conhecidos popularmente – três em Ipuaçu e um Ouro Verde -, entre os dias 09 e 18 de novembro, considerados sinais da presença alienígena na Terra pelos ufólogos A. J. Gevaerd e Carlos Alberto Machado, e diversos relatórios de pessoas que dizem ter visto UFOs em diferentes lugares, a opinião pública da região viveu dias de muita curiosidade e alguma apreensão, além de ocupar espaço na imprensa regional, estadual e nacional. A existência ou não de ETs e a discussão em torno do significado dos círculos que surgiram em meio a lavouras de cereais dominaram o noticiário e reacenderam na região um debate que, ao longo dos anos, reuniu no mundo todo argumentos prós e contras à vida em outros planetas e a existência de seres de inteligência superior e com formas de vida diferentes da humana.
A curiosidade e ansiedade despertadas podem ser avaliadas pela presença de milhares de pessoas no Bairro Veneza, em Xanxerê, durante o dia de domingo, 16 de novembro, para ver de perto um falso círculo encontrado em uma lavoura de trigo, cuja fraude foi comprovada pelos ufólogos Gevaerd e Machado, além de ter sido encontrado no local um objeto - garrafas plásticas cheias de areia unidas pelo gargalo por um cabo-de-vassoura - certamente utilizado para amassar a palha, tentando imitar um círculo inglês. O mesmo tipo de objeto foi encontrado em outra fraude, esta em Faxinal dos Guedes, às margens da BR-282, na manhã de terça-feira, 18 de novembro.
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Gevaerd, editor da Revista UFO, é considerado um dos mais atentos conhecedores e estudiosos brasileiros a respeito do assunto. O ufólogo faz parte da Comunidade Mundial de Ufólogos e já esteve pessoalmente na Inglaterra, onde os círculos surgiram há mais de 25 anos e onde até hoje são registrados, em média, cerca de 200 casos por ano. Ele relatou o episódio de Ipuaçu em matéria publicadas em sites ingleses direcionados a casos de aparições de círculos, onde pela primeira vez foram registrados no Brasil, e foram vistos em países do mundo todo. Em três dias, o site registrou acesso de mais de 9,6 mil internautas depois da publicação da matéria de Ipuaçu. O Ufólogo Carlos Machado, consultor da Revista UFO, que esteve na região depois da vinda do editor, colheu mais material e depoimentos de pessoas.
Ele frisa que o especialista em círculos ingleses é o Gevaerd, mas adianta uma característica comum em agroglífos: “A dobra do trigo sempre pouco acima do final da raiz. Isso é uma coisa que nós percebemos logo de cara. Os agroglífos brasileiros têm as mesmas características dos ingleses. Na brincadeira que o pessoal fez em Xanxerê, eles forçaram a raiz para baixo e, com isso, forçou o pé todo. Nos círculos verdadeiros a raiz continua intacta e o caule sai para fora um pouco, é padrão. A única diferença que eu notei nos quatro círculos, foi no último de Ipuaçu, que era um pouco menor. Ele estava no sentido anti-horário, ao contrário dos outros três, mas são detalhes que não são relevantes”.
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Machado lembra que na Inglaterra surgem quase 200 círculos por ano. “Imagina se fosse gente que estivesse fazendo isso, quantas pessoas estariam envolvidas. Lá, os círculos ocorrem praticamente durante todo o ano, em épocas diferentes. Mas como em qualquer pesquisa científica, nós ainda não podemos afirmar nada, com certeza, a respeito desses círculos, isso seria especulação”. O ufólogo destaca um detalhe que considera interessante nos casos ocorridos em Ipuaçu e Ouro Verde. “Além dos círculos, as pessoas também estão vendo objetos voadores. Entrevistei pessoas que não tinham visto e nem sabiam dos círculos, mas viram UFOs sobrevoando a região. Então eles não tinham condições de serem influenciados pelo burburinho. O número é gritante de pessoas que tem ligado para as rádios e jornais da região, então é difícil não relacionar os UFOs com os agroglífos”, conta Machado.
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