Era para ser uma noite de trabalho como outra qualquer. Mas quis o destino que a madrugada de ontem fosse muito, muito especial.
Voltávamos de São Paulo, o motorista Ronaldo Cardoso Oliveira, o repórter-fotográfico Luiz Fernando Menezes e eu, a alma lavada após a cobertura do show de abertura do Tim Festival, com Sonny Rollins, mito do jazz norte-americano.
Era por volta de 0h30. Vínhamos conversando e brincando no carro. Na Rodovia dos Imigrantes, pouco antes de chegarmos ao pedágio, Luiz Fernando reparou numa luz laranja movendo-se no céu, em paralelo ao nosso carro, do lado direito.
Em tom de galhofa, chegou a dizer:" Olha o OVNI aí". Observei, enquanto o meu xará Ronaldo contorcia-se para ver, enquanto dirigia. Logo, saiu com o veredicto: "É um balão". Podia ser.
Parece que a estranha luz não gostou e, nesse momento, aumentou paulatinamente a velocidade. Naquele instante, como se diz, "caiu a ficha".
"Pára o carro!", gritamos Luiz Fernando e eu quase ao mesmo tempo. Com sua Canon 40D munida de uma lente 70x200, com um duplicador 1x4 (ufa!), Luiz Fernando fez as primeiras fotos e continuamos a jornada, sem perder a luz de vista.
Uma luz alaranjada acompanhou o carro de A Tribuna por um período, como se ‘‘permitisse’’ a fotografia, e mudou de tamanho várias vezes
De repente, como se quisesse chamar mais ainda a nossa atenção, a luz aumentou ligeiramente de tamanho.
"Pára o carro!", gritamos novamente Luiz e eu, cada um mais rápido – e alto – do que o outro.
E foi então que aconteceu a mais arrepiante coincidência da noite: no momento exato em que Luiz Fernando empunhou a câmera para a segunda bateria de fotos, a luz estancou, como se soubesse que seria – e quisesse – ser fotografada.
Terminamos as fotos e continuamos. Passamos o pedágio e o objeto começou a se mover no sentido inverso ao do carro.
Ainda o observamos alguns instantes, até sumir na distância. Ainda no carro, ao aumentarmos a foto, o estupor: no centro da luz, havia uma formação aparentemente sólida, sugerindo um objeto físico, real.
"Agora, ficou comprovado para mim que objetos voadores não identificados existem", sentenciou Luiz Fernando, ao relembrar o episódio.
Mas talvez tenha sido o meu xará Ronaldo quem mais se aproximou do que sentimos naquele momento único, na Serra do Mar. "Deu um negócio esquisito aqui dentro".
Astrônomo tenta analisar fenômeno
O astrônomo amador José Roberto Costa, que assina a coluna Telescópio, no caderno de Ciências de A Tribuna, às segundas-feiras, também fez uma análise das fotos.
Pela imagens e pelo relato, não conseguiu chegar a uma conclusão do que possa ser o fenômeno.
"Dá para se excluir algumas hipóteses, como avião, helicóptero, satélites, ou o planeta Vênus", afirmou. "Embora não tenha o formato redondo de um balão atmosférico tradicional, esses balões existem também em outros formatos.
Há uma certa suspeita de que possa ser um balão". Segundo ele, nesse caso, a luz alaranjada se explicaria como a reflexão da luz solar. "Em vista da altitude e da hora, é possível que reflita os raios que atingem a outra face do planeta".
Não descarta, também, algum fenômeno natural ainda pouco ou nada conhecido da Ciência.
"É presunção afirmar que a Ciência conhece todos os fenômenos", e exemplificou com o chama do duende azul,um tipo de raio na tonalidade azulada, que nasce em nuvens muito altas e que foi fotografado pela primeira vez a partir de estações espaciais, já que faz sua trajetória é ascendente. "Não se sabe ainda porque ocorre".
Sobre a possibilidade de ser uma nave extraterrestre, José Roberto foi sucinto. "Também não se pode afirmar isso, é um salto enorme de raciocínio".
Fonte: A Tribuna
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