11 de setembro de 2009

UFOS no Irã

O país é recordista em avistamentos, que podem estar relacionados à política nuclear dos aiatolás




Estranhas naves estão sobrevoando os céus do Irã
A polêmica criada em torno da política nuclear do Irã não é o único assunto que está atraindo a atenção do mundo para esse país. Há alguns anos tem sido relatada uma quantidade espantosa de observações ufológicas sobre várias cidades iranianas. Um caso importante aconteceu na manhã de 10 de janeiro de 2007, quando a população de sete municípios da região central, conhecida com Kerman, testemunhou a queda de um objeto voador não identificado nos Montes Barez. De acordo com a agência de notícias Far News Agency (FNA), moradores relataram que um artefato radiante estava em chamas e soltava uma fumaça fina até o momento da queda, seguida de explosão. Na época, o governador geral da província de Kerman, Abulghassem Nasrollahi, concedeu entrevista para a mesma agência afirmando que todas as aeronaves que sobrevoavam a área estavam identificadas e que o objeto poderia ser um meteoro. Porém, lembrou que alguns dias antes, em Rafsanjan, a 100 km a oeste dali, um incidente similar foi relatado por outras testemunhas. Esse avistamento não foi o primeiro nem o único do mês. Em 15 de janeiro, habitantes da região de Bouyer Ahmad, 100 km ao norte do local da queda cinco dias antes, comunicaram à FNA que viram um objeto similar, por volta das 19h00. A mesma coisa ocorreria três dias depois, nos mesmos locais e horários, com diversos relatos sobre um aparelho brilhante em forma de bola, que emitia um raio amarelo e apresentava cor vermelha no centro.

O UFO estava em vôo à baixa altitude e foi avistado durante uma hora, aproximadamente. Desta vez, as autoridades preferiram não comentar o incidente. De acordo com a FNA, casos semelhantes foram registrados freqüentemente, durante 2006, em todo o território do Irã. Algumas autoridades acreditam que os objetos podem ser aviões espiões ou algum dispositivo
moderno de espionagem. O país possui um interessante histórico de casuística ufológica, mas o caso mais famoso aconteceu na década de 70 e foi considerado um dos mais bem documentados avistamentos de UFO por pilotos de caças em todo o mundo. No dia 19 de setembro de 1976, diversos moradores de Teerã alertaram a Força Aérea Iraniana (FAI) sobre um objeto não identificado nos céus da cidade. O oficial de plantão solicitou apoio ao comandante auxiliar de operações, que imaginou ser a visão do planeta Vênus. Entretanto, após o crescente número de relatos, decidiu acompanhar pessoalmente o evento. O que viu o surpreendeu: não se tratava, definitivamente, de um planeta ou estrela, pois era maior e mais brilhante. Imediatamente, enviou um caça F-4 Phantom da Base Aérea de Shahrokhi para interceptar o UFO a mais de 100 km ao norte. Na metade do caminho, o avião começou a apresentar defeitos de comunicação e os instrumentos de vôo falharam. O piloto abandonou a perseguição e retornou à base, quando os aparelhos voltaram a funcionar normalmente.


O general Parvis Jafari, um dos pilotos da Força Aérea Iraniana que perseguiram os UFOs. Ele relatou que o painel de instrumentos do avião falhou

Nesse momento, um segundo caça F-4 se elevou para nova tentativa. À medida que se aproximava, a base conseguia visualizar o UFO no radar. Tinha tamanho aproximado de um avião 707 ou mais ou menos 44 m de comprimento. Por alguns instantes, o caça manteve distância regular, voando à velocidade de Mach 1, ou 1.225 km/h. De repente, o UFO acelerou de forma súbita, afastando-se. A tripulação do caça informou que o objeto tinha um arranjo retangular de luzes estroboscópicas que alternavam entre as cores vermelha, azul, verde e laranja. Nesse instante, um pequeno objeto saiu de dentro do aparelho e, a enorme velocidade, se aproximou do caça. O piloto tentou lançar um míssil AIM-9 Sidewinder, guiado por calor, mas o controle de armamentos falhou e ele perdeu toda a comunicação com a base. A única saída foi mergulhar para evitar colisão com o objeto menor, que o seguiu na manobra evasiva para baixo e, em seguida, retornou para o objeto maior. À medida que o caça se afastava do UFO, novamente o piloto obtinha controle total de seu avião.

Aviões seriamente avariados - Esta é a versão oficial do incidente em Teerã, de 1976. Porém, em 1994, em Oklahoma, Estados Unidos, um piloto da FAI concedeu entrevista ao diretor local do Mutual UFO Network (MUFON) Chuck Pine, revelando fatos mais interessantes ainda. Naquela noite, aconteceu uma verdadeira batalha aérea entre os aviões iranianos e o UFO, com avarias nos dois lados. Segundo ele, cinco F-4 Phantom decolaram, liderados pelo general Avat Momageghi. Quando se aproximaram, o UFO subiu rapidamente da altitude de 2.000 m para 12.000 m, em velocidade estimada de 24.000 km/h. Os caças seguiram o objeto em manobra ascendente. Porém, ao final, o avião do general apresentou problemas e eles cancelaram a perseguição. De acordo com o piloto, antes de sofrer interferências, um dos caças se moveu para a esquerda e outro seguiu pela direita, disparando um míssil Sidewinder que atingiu o UFO na parte inferior. Alguns pedaços caíram no chão, mas o objeto não foi seriamente danificado. Nesse momento, o caça da esquerda tentou disparar seus mísseis, mas não conseguiu, restando apenas seus canhões Vulcan, que funcionaram de forma incontrolável. Os pilotos trocaram de posição e bateram em fuga. Disseram que dois raios foram emitidos de cada lado do UFO e os atingiram por trás, mas conseguiram pousar na base, ainda que seriamente avariados. Felizmente, a tripulação não sofreu nada. O entrevistado relatou ainda que os pedaços do UFO lançados ao chão pelo míssil Sidewinder foram recolhidos e enviados para base secreta americana. Posteriormente, a MUFON investigou o depoimento do piloto iraniano. O então editor do jornal da entidade, Dwight Connely, descobriu que alguns detalhes não coincidem, mas a data de setembro de 1976 parece corresponder com o incidente originalmente conhecido e o novo depoimento. Se o piloto estiver correto, provavelmente houve dois incidentes sucessivos naquela noite. Outras questões foram apontadas. Por exemplo: como o míssil Sidewinder, que é guiado por calor, foi dirigido para atingir somente a parte inferior do UFO? Por que o UFO não desativou o míssil Sidewinder? Quem de fato pilotou os outros caças?

Em julho de 2006, pesquisadores da MUFON conseguiram localizar o piloto de um avião de tropas C-141 que sobrevoava a região naquele dia. Ele afirmou que só se pronunciaria oficialmente após localizar seus registros de vôo da época. De qualquer forma, naquela madrugada de setembro de 1976, uma perseguição aérea aconteceu nos céus iranianos, colocando o país em evidência mundial no campo da pesquisa ufológica. Esse incidente foi bem documentado em relatório da Agência de Inteligência de Defesa (DIA) norte-americana, que distribuiu cópias para a Casa Branca, Secretaria do Estado, Agência Nacional de Segurança (NSA) e Agência Central de Inteligência (CIA). Diversas autoridades militares iranianas envolvidas nos eventos também foram a público para afirmar sua crença em que o objeto perseguido tinha origem extraterrestre. Em 2006, o ufólogo doutor Roger Leir, correspondente internacional da Revista UFO na Califórnia e autor do livro Implantes Alienígenas [Código LIV-011 da coleção Biblioteca UFO. Veja seção Shopping UFO desta edição], entrevistou o general Parvis Jafari, um dos pilotos da Força Aérea Iraniana que estavam no segundo avião em perseguição aos UFOs. A partir desta entrevista, Leir produziu o DVD UFOs Over Iran [UFOs Sobre o Irã], cedido com exclusividade à UFO. No documentário é mostrado como o painel de instrumentos do avião falhou, qual foi a reação de Jafari e o medo que o tomou quando percebeu que estava à mercê do estranho veículo. Recentemente, já aposentado e completamente favorável às pesquisas ufológicas, Jafari compareceu à famosa reunião de imprensa com ufólogos, em 12 de novembro de 2007, em Washington, relatando sua experiência e aceitando ser um dos signatários do manifesto Declaração Internacional ao Governo dos Estados Unidos [Veja edição UFO 137]
O ufólogo doutor Bruce Maccabee também pesquisou o caso, entrevistando o supervisor do turno da noite anterior na torre de controle do Aeroporto Mehrabad, Hossain Pirouzi. Entre 22h30 e 23h15, ele recebeu diversos chamados telefônicos que mencionavam as aparições. Em princípio, não deu atenção, mas depois da quarta ligação, às 23h15, se dirigiu ao terraço com um binóculo. “Subitamente eu o vi. Tinha forma retangular com aproximadamente oito metros de extensão e dois de largura. Após observar melhor o objeto, pude perceber que era provavelmente cilíndrico. Suas duas extremidades estavam pulsando uma cor azul. No meio do cilindro havia uma pequena luz vermelha que dava volta no objeto. Eu estava pasmo!” À meia-noite e meia do dia 19 de setembro, Perouzi comunicou o acontecido ao Comando Aéreo Iraniano e, a partir desse instante, o Irã entrou definitivamente para a casuística ufológica mundial. “Não sabia o que era aquilo. De fato, havia um objeto estranho sobre os céus de Teerã”, completou.

Mais ocorrências no Irã - No livro Mysterious Sky: Soviet UFO Phenomenon [Céu Misterioso: O Fenômeno UFO na Rússia, Editora Publish America, 2006], os autores Paul Stonehill e Philip Mantle, consultor da Revista UFO, descrevem alguns incidentes ao longo da fronteira entre Rússia e Irã, a partir de fontes russas. Segundo eles, existem relatos fascinantes que remontam aos primeiros anos do século XX, incluindo o ataque de um UFO que vitimou 12 pilotos russos na década de 60. Em 20 de agosto de 2003, dois turistas viram um objeto luminoso em formato oval emitindo raios azuis e amarelos sobre o Mar Cáspio, ao norte do Irã, quando dirigiam um carro. O avistamento durou apenas um minuto, mas foi profundamente marcante. Entre 12 e 21 de abril de 2004, uma onda de avistamentos de UFOs foi relatada por milhares de pessoas em todo o território do país. Um dos objetos, inclusive, foi filmado pela TV estatal iraniana. No dia 17, em visita a parentes, o engenheiro norte-americano Abi Golbazi gravou um objeto não identificado nos céus durante 20 minutos. Segundo ele, “primeiro vi uma luz brilhante, mudando de cor. Parecia perfeitamente redonda. Pontos semelhantes a janelas se distribuíam ao seu redor, e ela tinha uma abertura na parte de baixo da esfera”. Um turista visitava o mausoléu de Cyrus, o Grande, em 16 de abril de 2005, quando viu um disco cinza flutuando sem emitir sons, soltando vapor pelas extremidades. Assustado, olhou para baixo e viu a sombra do objeto projetada no solo, próximo a ele. Tinha constante sensação de estar sendo observado e, durante o avistamento, ao meio-dia, a impressão de ser forçado a interagir. Ainda naquele ano, em dezembro, a Força Aérea Iraniana recebeu ordens de atirar em qualquer objeto voador desconhecido ou suspeito que sobrevoasse seu espaço, pois a maioria dos avistamentos aconteceu perto de instalações nucleares. Após uma série de episódios, a Rússia e o Irã assinaram acordo de mútua cooperação para analisar os casos, principalmente aqueles que ocorreram sobre as províncias de Bushehr e Isfahan, onde existem instalações nucleares.

Em 13 de fevereiro de 2005, o jornal americano Washington Post publicou um artigo em que afirmou que pequenos aviões controlados remotamente, conhecidos como drones, sobrevoaram o Irã durante um ano em busca de evidências de programas de armamento nuclear. Os drones foram lançados a partir do Iraque e eram equipados com radar, câmeras de vídeo, câmeras fotográficas e filtros de ar projetados para colher amostras de material radioativo na atmosfera, obtendo assim informações adicionais àquelas colhidas por satélites espiões em órbita terrestre. Ainda de acordo com o jornal, esse tipo de atividade é procedimento padrão em preparativos militares para eventual ataque aéreo e empregado como ferramenta de intimidação. Em 20 de janeiro de 2007, a agência Reuters anunciou que um ex-analista da inteligência norte-americana confirmou uma possível ação militar no Irã, não restrita a ataques pontuais e, sim, em larga escala como o que aconteceu contra o Iraque.
De acordo com a entidade San Francisco Robotics Society of América, a agência norte-americana Defense Advanced Research Projects Agency [Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa] estaria desenvolvendo projetos de microveículos aéreos que imitariam a forma e o modo de voar de insetos como abelhas, moscas e besouros. Seriam dotados de microcâmeras e gravador de áudio, além de controle remoto. Assim, agora temos duas teorias sobre a origem dos objetos tão constantemente observados no Irã. A primeira, terrestre, é a de que seriam sondas de alta tecnologia vasculhando o país em busca de instalações de armamento nuclear. Desta forma, se uma “mosca mecânica” pode espionar uma pequena região, podemos imaginar o que fariam sondas de maior porte, que são freqüentemente confundidas com UFOs. E a segunda, extraterrestre, a que é respaldada na idéia de que entidades alienígenas monitoram as atividades de pesquisa, desenvolvimento e uso de armamento nuclear em todo o planeta.

UFOs e instalações nucleares - Esta idéia não é nova e tem comprovações. Por exemplo, nas proximidades de Roswell, no Novo México, justamente onde caiu o primeiro disco voador de que se tem notícia, havia uma instalação militar da Força Aérea do Exército Norte-Americano ultra-secreta, a primeira base militar do mundo a ter um arsenal atômico. A base, que era o principal comando aéreo estratégico do país em 1947, quando se deu o Caso Roswell, era alvo constante de visitas extraterrestres, tanto que a queda de um misterioso objeto na região foi logo, e quase sem surpresas, atribuída a um disco voador. Igualmente, o Laboratório de Los Alamos, a 300 km a noroeste de Roswell, onde se deu o Projeto Manhattan, que resultou na primeira bomba atômica, era constantemente sobrevoado por UFOs. Coincidências? Certamente não. O pesquisador Donald A. Johnson menciona em seu artigo Do Nuclear Facilities Attract UFOs? [Instalações Nucleares atraem UFOs?] que, em várias ocasiões, avistamentos de UFOs são relatados perto de instalações nucleares civis e militares. Enumera vários exemplos, a começar por dezembro de 1948, no próprio Laboratório de Los Alamos; dezembro de 1950, no Laboratório de Oak Ridge; julho de 1952, nas instalações de mísseis de Hanford, Savannah e Los Alamos; em agosto de 1965, na Base Aérea de Warren. Mas os casos mais marcantes se deram em março de 1967, nas Bases Aéreas de Minot e Malmstrom; em agosto de 1968, na Base Aérea de Ellsworth; em agosto de 1980, nos Laboratórios Sandia e na Base Aérea de Kirtland. Para completar Johnson fala do caso da Base da Real Força Aérea Britânica em Bentwaters, Inglaterra, em dezembro de 1980, e de UFOs sobrevoando a usina nuclear de Chernobyl, em outubro de 1991.


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